terça-feira, 2 de maio de 2017

Ato de 1º de maio lota Cinelândia contra as reformas e a repressão policial

Ato de 1º de Maio na Cinelândia (foto: Samuel Tosta)
A classe trabalhadora não tardou em responder à brutal repressão da PM cometida contra os manifestantes da Greve Geral, no Rio de Janeiro, na sexta-feira (28/4). O ato do Dia do Trabalhador, convocado na véspera pelas centrais sindicais e movimentos sociais, encheu a Cinelândia em protesto contra as reformas e a repressão policial.
Pedro Rosa, representando o SINTUFF, falou durante o ato: "Se eles nos reprimem, a gente volta para rua com mais força. Esse é o recado de que a nossa luta não vai parar. Cada sindicato aqui tem que reunir suas bases para dar o passo seguinte. É preciso uma greve de 48 horas. Construir uma nova greve é obrigação da CUT, da CTB, mas também de cada sindicato aqui presente. Nós somos do SINTUFF e investimos todos os nossos esforços na Greve Geral do dia 28".

Repressão no Rio foi para impedir o direito de livre manifestação
Na sexta, 28/4, milhares de manifestantes caminhavam em clima de tranquilidade pela Rua Primeiro de Março, enquanto outra multidão se concentrava na Cinelândia. Em ambos os casos, a Tropa de Choque da Polícia Militar atacou os manifestantes quando não havia qualquer atitude radicalizada ou ato de depredação. A ação da Tropa de Choque foi única e exclusivamente para impedir a realização e unificação dos atos.
A grande mídia tentou todo tempo confundir a população dando foco em atos isolados e minoritários de depredação, assim como em incêndios de ônibus de origem desconhecida, todos estes ocorridos após a repressão covarde da PM. As manifestações com milhares de pessoas, brutalmente reprimidas sem qualquer justificativa, foram colocadas em segundo plano pelos grandes veículos. A divulgação paralela pelos movimentos sociais e mídias digitais alternativas conseguiu furar o bloqueio da grande mídia, mostrar a força da Greve Geral e comprovar a violência policial.
Em Goiânia, um jovem manifestante, que não havia cometido qualquer ato de violência e tentava se proteger das bombas, foi covardemente espancado na cabeça por um  policial e se encontra internado entre a vida e a morte. O fato foi amplamente noticiado, com vídeos mostrando a agressão.

Repúdio à agressão contra o médico Rodrigo Dias
Aina que tenha sido um fato isolado, um lamentável episódio ocorreu durante o ato. O companheiro Rodrigo Dias, médico da UFF, que sempre esteve presente em manifestações e greves da categoria e dos movimentos sociais, em prol de pautas da classe trabalhadora, foi agredido e expulso do ato por carregar uma bandeira da Monarquia. Registramos que não concordamos com a opção política e ideológica de Rodrigo de defesa da Monarquia, que consideramos descontextualizada ao ato e oposta aos interesses de nossa classe. Contudo, jamais vamos compactuar com o método de agressão e linchamento, executado com covardia por vários ativistas com camisas da CUT e do PT. A brutal agressão a Rodrigo teve de ser contida por militantes do SINTUFF e do MTST, no interesse de preservar a integridade física de Rodrigo e a continuidade da manifestação. Esse método truculento e covarde não agrega nada às nossas lutas e contribui para restringir e afastar a população do nosso movimento. Esperamos que situações como esta não se repitam em manifestações unitárias futuras.

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