sexta-feira, 30 de junho de 2017

Sindicatos, movimentos políticos, sociais e estudantis tomaram as ruas de Niterói em dia de greve geral.

Fotos: Zulmair Rocha
Na madrugada de hoje, 30/6, o SINTUFF junto a diversas entidades que compõem o Fórum de Lutas de Niterói estiveram nos portões das barcas iniciando as atividades da greve geral. Os trabalhadores, ativistas e militantes de diferentes organizações fizeram panfletagens  e dialogaram com a população.
Por volta das 7h, com forte presença de sindicatos, estudantes e movimentos sociais, começou um ato público. Representantes da ANDES, ADUFF, SINDISPREV e SEPE Niterói, Sindicato dos Bancários de Niterói, CSP-CONLUTAS, Combate, DCE-UFF, SINTESNIT, SINDSCOPE, Sindicato dos Marítimos, STIPDAENIT, SOS Emprego, engrossaram a atividade. Estiveram presentes também representantes do MST e do MTST, dos partidos PCB, PSTU, PSOL e das organizações políticas Frente de Esquerda, NOS, MAIS, MRT. Os coletivos estudantis RUA, Vamos à Luta, Correnteza e UJC agitaram o ato.
Os representantes das entidades e organizações políticas presentes denunciaram o governo Temer, as reformas e destacaram a necessidade de manter a unidade nas ruas até a queda do governos e de seus ataques à classe trabalhadora e ao povo pobre.
O centro de Niterói apresentava pouco movimento, indicando que grande parte dos trabalhadores aderiu à greve.
Os prédios da  Universidade Federal Fluminense estavam vazios mostrando forte a adesão das categorias. Os trabalhadores e trabalhadoras do Hospital Universitário Antonio Pedro também aderiram à greve. O hospital funcionou somente com o atendimento essencial.
O ato tomou as ruas e caminhou pelas ruas do centro da cidade contando com o apoio da população. A marcha concluiu em frente à Câmara de Vereadores. No final da tarde, todos seguiram para manifestação unificada no Rio de Janeiro, que começou na Candelária e percorreu a Presidente Vargas.






quarta-feira, 28 de junho de 2017

CUV debate diversas demandas dos técnico-administrativos

Durante a sessão do Conselho Universitário (CUV), 28/6, os conselheiros técnico-administrativos fizeram várias intervenções acerca da situação crítica do país e da necessidade realizar uma forte greve geral. Foram apresentadas diversas demandas da categoria. A conselheira Lígia Martins denunciou que, apesar das obras de inauguração da  UFF, continuam se aprofundando os problemas e deficiências do HUAP em relação as condições de trabalho e da infraestrutura. Reafirmou a necessidade de revogação da EBSERH. A conselheira Márcia Carvalho acrescentou a informação sobre a situação do novo setor de Pulsoterapia do hospital, que pretende ser mudado para um local de condições inadequadas.
O reitor respondeu que está pautada uma reunião com juiz para tratara e problemas de descumprimento de contrato por parte da EBSERH. 
O conselheiro Luiz Carlos Andrade refirmou a necessidade de empenho na construção da greve geral e solicitou uma mesa de negociação para tratar da pauta dos trabalhadores do interior.
O conselheiro Lucas de Mello apresentou proposta para complementar o edital 212/2016 que trata do provimento de vagas remanescentes. Apresentou também, solicitação de benefício de incentivo de qualificação.
Em relação a estas propostas o CUV resolveu encaminhar à PROGEPE  para complementação do edital nº 212 /25016 para provimento até fevereiro de 2017. Sobre a concessão de incentivo de qualificação que limita a solicitação do beneficio somente a partir da apresentação  do diploma, restringindo o acesso do servidor técnico-administrativo ao Incentivo de qualificação, remuneração significativa que debe ser considerada para a qualidade na prestação de serviço, o CUV resolveu revogar essa determinação. 
O conselheiro Pedro Rosa pediu ao reitor um posicionamento sobre a situação da universidade no dia 30/6, quando acontecerá a greve geral, visto que na greve anterior, do 28/4, a UFF não funcionou, o reitor respondeu que é favorável a greve geral, mas que realizará uma consulta na instituição para
tomar uma posição como tal.

                             






Plenária prepara Greve Geral no Rio

Nesta terça, 27/06, ocorreu a plenária preparatória da Greve Geral no Rio de Janeiro. Estiveram presentes diversas entidades como ANDES-SN, ADUFF, SINTUFF SEPE, SINSDCOPE, SINTESI, SINTESNIT, SINDPETRO, Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu, CSP-CONLUTAS, correntes sindicais Unidade Classista e Combate, Fórum de Saúde do RJ, Comitê contra a Reforma da Previdência de Nova Iguaçu, Oposição Metroviários-RJ, Oposição de Garis, Oposição do SINTUPERJ, Oposição dos Correios, FES, MNLM, ASDUERJ, dentre outros.
A mesa foi composta pelo SEPE, CSP-CONLUTAS, SINDPETRO e Unidade Classista.

Já aprovaram greve as seguintes categorias:
Portuários do Rio
REDUC Caxias (parcialmente)
Terceirizados da Petrobras da Ilha do Fundão
Barcas Niterói
Fenasp (saúde federal)
Universidades: técnicos e docentes (UERJ, UFRJ, UFF, Rural, Unirio)
SINDSCOPE
SEPE-RJ
SINTESI
SINTESNIT
Seguridade Social
Bancários Rio
Bancários Niterói
Aeroviários
ASFOC
IBAMA
Arquivo Nacional
ASSIBGE
CEFET

Realizarão assembleias:
Petroleiros
Correios
CEDAE
Metroviários
CSN

Calendário:
28/6 - Panfletagem na Central do Brasil 17h

29/6
6h30 - Panfletagem na Carioca e na Pavuna
17h - Panfletagem na Carioca
17h - Panfletagem na Praça XV

30/6
17h - Ato na Candelária

Próxima reunião: 05/07, às 18h, no SINDPETRO-RJ

terça-feira, 27 de junho de 2017

28 de junho: Dia Internacional do Orgulho LGBT


O Dia Internacional do Orgulho LGBT é celebrado em 28/6. A data faz alusão ao episódio que ficou conhecido como Stonewall Inn, nome de um bar frequentado por grupos da comunidade lésbica, gay, bissexual, transexual e travesti (LGBT) de Nova Iorque e que na noite de 28 de junho de 1969 teve seus frequentadores presos pela polícia, levando a vários dias de protestos pela cidade norte-americana. Este movimento é realizado em várias partes do mundo e tem o objetivo de dar maior visibilidade a luta pelos direitos dos LGBTs.
Umas das pautas fundamentais do movimento é o combate à violência. Segundo dados do programa Rio Sem Homofobia, do governo do estado, nos últimos dois anos, 732 gays, lésbicas, travestis e transexuais procuraram atendimento no Centro de Cidadania LGBT Leste, que funciona no Ingá e atende vítimas de violência de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. O número total no período traduz a alarmante média de um caso registrado por dia. O Centro de Cidadania LGBT Leste, atingido pela crise do estado, está sem recursos desde meados do ano passado, pelo qual o atendimento às vítimas atualmente está precarizado.
 O combate à violência contra LGBTs também esbarra na falta de tipificação penal — como já ocorre hoje com condutas racistas. Está situação é inadmissível, visto eu diariamente LGBTS são vítimas sem que os agressores sejam verdadeiramente punidos.
Neste dia do Orgulho LGBT é necessário exigir aos governos verbas e um programa efetivo de combate à violência LGBT! Que os agressores tenham penas mais duras, que existam medidas protetivas e que desde a escola se implemente um plano de combate à LGBTfobia!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Plenária defende a manutenção da greve geral contra Temer e as reformas no dia 30 de junho


O SINTUFF participou da plenária das entidades e movimentos que defendem a unidade da classe trabalhadora na greve geral do dia 30 de junho, neste dia 21/6. A reunião aconteceu no Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ). O auditório do sindicato ficou lotado com a presença de movimentos sociais e entidades combativas do estado do Rio de Janeiro.
A mesa foi presidida pelas coordenadoras gerais do SEPE, Bárbara Sinedino e Susana Gutierrez. A atividade se iniciou com as intervenções de representantes das entidades convocantes, CSP-CONLUTAS, SINDPETRO-RJ, Frente de Esquerda Socialista, SINTUFF, ANDES-SN E UNIDADE CLASSISTA. Tarcísio Motta, vereador do PSOL na cidade do Rio de Janeiro esteve presente e fez uma saudação à plenária.
Estiveram também presentes MNLM, SOS Emprego, Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu, SINASEFE, FIST, Oposição Metroviária, Fórum de Luta contra a Reforma de Previdência de Novo Iguaçu, Regionais 5, 9 e 4 do SEPE, Comitê de Mobilização Classista, Combate Classista e Pela Base, MM5, MAIS, RUA, LRP/PSOL, DCE da UFRRJ, Fórum das Travestis e Transexuais do RJ, Auditoria Cidadã da Dívida, Esquerda Marxista, Comuna/PSOL, DCE-UFRJ, PSOL/RJ, Mandato do Deputado Estadual Flavio Serafini (PSOL/RJ), dos vereadores Renato Cinco e David Miranda (PSOL/Rio de Janeiro) e de Paulo Eduardo Gomes (vereador PSOL/Niterói), Juventude Vamos à Luta, Juntos, NOS, Comunismo e Liberdade/PSOL, CST/PSOL, Comitês de Base da Praia Vermelha, da Tijuca e do Largo do Machado, Unidos pra Lutar, ASIBAMA, Esquerda Diário, Oposição Bancária-RJ, Oposição dos Correios-RJ, trabalhadores da UERJ, Pedro II e FAETEC, eentre outros.
Diferentes entidades denunciaram o recuo das centrais majoritárias, entre elas a CUT, a Força Sindical e a CTB, acerca da construção do dia 30/6, e reafirmaram a necessidade de exigir que os dirigentes das centrais mantenham a data unitária em âmbito nacional.
Neste sentido, se destacou a unidade a partir dos pontos comuns: a manutenção da greve geral no dia 30 de junho, contra as reformas da previdência, trabalhista e as terceirizações, e a consigna "Fora Temer" e "Fora Pezão". Foram encaminhadas por consenso as seguintes tarefas:
1- Manifesto em defesa da Greve Geral do dia 30/6 para apresentar na reunião nacional das centrais sindicais que ocorrerá no dia 23/6 (sexta-feira) em São Paulo.
2 - Ato da Greve Geral dia 30/6, às 17h, concentração na Candelária. Pela manhã realizar piquetes e atividades.
3 - Plenária unitária no dia 27/6 (terça-feira), às 18h, com local a confirmar, que considerará os pontos que ficaram ainda em debate.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Delegacia de Base do HUAP decide fortalecer a Greve Geral

A Delegacia de Base do HUAP convocou uma reunião aberta para debater a Greve Geral marcada para o dia 30/6. O evento realizou-se no dia 20/6 no bandejão do HUAP. Além da discussão sobre a greve, o Seminário Nacional dos HU's da FASUBRA Sindical também estava na pauta.
Após diversas contribuições e debates, foram tiradas as seguintes definições:

- Adesão ao movimento de Greve no HUAP
- Ida de 18 delegados ao Encontro

terça-feira, 20 de junho de 2017

Assembleia da categoria aprova greve geral 30 de junho

Foto: Jesiel Araujo
A assembleia da categoria (14/6) debateu sobre a situação do país a partir da absolvição de Temer, que conformou um acordo dos grandes partidos envolvidos na corrupção junto ao judiciário, para manter Temer até 2018.Foi considerado que é necessário seguir as orientações do VIII Congresso do SINTUFF que reafirmou a necessidade da unidade na luta contra Temer e as reformas, fortalecendo fóruns e comitês e a formação de um terceiro campo de esquerda e de independência de classe.Tendo em vista que as centrais sindicais convocaram uma nova greve geral para o dia 30 de junho, a assembleia resolveu fortalecer a construção da greve geral na UFF, na cidade de Niterói e no estado do Rio de Janeiro convocando com o chamado unitário das Centrais: Contra as reformas trabalhista e previdenciária e Fora Temer!Desta forma se encaminhou priorizar as ações do Fórum de Niterói, composto por vários sindicatos, organizando panfletagens e ampliando a divulgação do protesto (cartaz, adesivo, outdoor, anúncios) e organizar ações comuns com ADUFF e DCE e participar no operativo das Centrais.Foi resolvido também propor à FASUBRA e ao conjunto das centrais sindicais a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, após a greve geral para avaliar. E propor para o SEPE, Petroleiros, SINDSPREV, uma plenária unitária do sindicalismo combativo em conjunto com a CSP-CONLUTAS.

Calendário de Atividades
14/6 (quarta-feira), 16h: panfletagem com agitação nas Barcas.
20/6 (terça-feira): Esquenta para Greve Geral.
22/6 (quinta-feira), 16h: reunião de organização da Greve Geral em Niterói - Bancários

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Assembleia do SINTUFF aprova Greve Geral no dia 30



A UFF vai parar. A Assembleia Geral do SINTUFF, realizada na quarta-feira, 14/6, votou parar no dia 30/6 e mobilizar para garantir uma forte adesão à Greve Geral. O SINTUFF vai se jogar novamente com todas as suas energias para fortalecer a Greve Geral dentro e fora da UFF, construindo materiais e atividades do Fórum de Lutas de Niterói, ao lado de vários outros sindicatos, de forma a fortalecer a mobilização do dia 30 que vai parar o país contra Temer e suas reformas.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Sindicatos de Niterói se unem para construir a Greve Geral de 30 de junho

Com a presença de ADUFF, ASPMSN, Movimento S.O.S. Emprego, SEPE/Niterói, Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões, SINDSPREV/Regional Niterói, SINTESNIT. SINTUFF, STIEEN, SVNIT, o Fórum de Lutas de Niterói aprovou uma agenda unitária de atividades e materiais conjuntos de mobilização para Greve Geral do dia 30 de junho. A reunião realizada na quinta-feira (8/6) encaminhou o seguinte calendário:

14.06 (quarta-feira) - 16h - Panfletagem com agitação nas Barcas
20.06 (terça-feira)   - 17h - Esquenta para Greve Geral - Ato na Candelária
22.06 (quinta-feira) - 16h - Reunião de organização da Greve Geral em Niterói - Bancários
27.06 (terça-feira)   - 18h - Assembléia Popular


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Jurídico do SINTUFF garante que a UFF pague adicional de insalubridade a servidor do HUAP

O Departamento Jurídico do SINTUFF ingressou com ação judicial para obrigar que a UFF pague adicional de insalubridade devido a um servidor que era lotado na Emergência do HUAP. A audiência condenou a UFF a efetuar o pagamento. O servidor receberá todos os últimos 60 meses nos quais teve o adicional de insalubridade suspenso.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Centrais sindicais marcam nova Greve Geral para 30 de junho

Foto: Zulmair Rocha
A reunião das centrais sindicais (5/6), em São Paulo, decidiu pela realização de uma nova Greve Geral, no dia 30 de junho, pelo Fora Temer e para barrar as reformas. No dia 28 de abril, o Brasil foi sacudido pela maior Greve Geral da história do país, com a adesão de mais de 40 milhões de trabalhadores. Estradas, transportes e rodovias foram bloqueadas e grandes atos de rua aconteceram em várias cidades. A UFF e o Hospital Universitário Antônio Pedro pararam completamente.
Temer tem 90% de reprovação e 82% exigem sua renúncia. Mais de 70% rechaçam a Reforma da Previdência. A impopularidade de Temer cresceu ainda mais após o escândalo no qual o presidente ilegítimo foi flagrado em gravações de conversas com Joesley Batista, dono da JBS, cujo teor era criminoso.
As centrais realizarão uma nova reunião na quarta-feira (7/6) para organizar a Greve Geral e panfletagens e atos estão marcados para o dia 20/6, com caráter de esquenta para o dia 30. O SINTUFF, assim como a CSP-Conlutas, defendia uma Greve Geral de 48 horas. mas entende que o fato de ao menos ser marcada a data da Greve já se trata de um grande avanço e que é preciso jogar todas as forças para que este movimento supere o do dia 28 de abril. O SINTUFF divulgará em breve a data de sua assembleia para deliberar a adesão da categoria à Greve Geral.


sexta-feira, 2 de junho de 2017

Wladimir Soares: "A EBSERH que a imprensa brasileira desconhece, mas que é urgente conhecer"

Audiência Pública sobre EBSERH na Câmara dos Deputados
(Foto: Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)
A EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços hospitalares - é uma empresa estatal criada, por lei, pelo Poder Executivo em 2011 como uma empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado, para prestar serviços hospitalares através de intervenção na atividade econômica, ou seja, uma empresa estatal com finalidade lucrativa - lucro este obtido por meio do desenvolvimento do seu objeto social, que é a prestação de serviços hospitalares no ambiente do SUS.
Portando, trata-se de uma empresa estatal que,  desde o seu nome até o último artigo da lei 12.550/2011 que autorizou a sua criação, nasceu inconstitucional.
É a EBSERH uma empresa estatal que, apesar de formalmente existir desde 2011, nem sede própria tem, de modo que ela ocupa suntuosos prédios em Brasília - DF -, alugados com dinheiro público e pagos mensalmente a algum "sortudo" locador.
Trara-se de uma empresa sem hospital próprio e que para exercer a prestação de serviços hospitalares recebeu das Universidades Públicas Federais, por meio de um contrato de cessão, os hospitais públicos federais universitários, transformando-os em suas filiais, ou seja, em unidades hospitalares empresariais, sem nenhuma finalidade de acadêmica, ferindo de morte a Autonomia Universitária - Princípio Constitucional - e passando a gerir todos eles com um padrão uniforme caracterizado, em geral, pela redução do número de leitos hospitalares oferecidos ao SUS; restrição de acesso; limitação do número de exames complementares diariamente realizados; imposição de regras imorais e ilegais para a realização de determinados exames mais complexos - tal como a exigência de só realizar exame de ressonância nuclear magnética se o paciente estiver "internado", ainda que seja um pedido de exame eletivo e não emergencial, simulando, assim, internações fictícias; adoção do assédio moral contra os servidores públicos estatutários como norma implícita institucional, levando a inúmeros servidores ao acometimento da Síndrome de Bournout; restrição de matrículas para novos pacientes; proibição de atendimento médico a servidores ou alunos sem matrícula na filial; fechamento de serviços de emergência ou transformação destes em serviços referenciados, ou seja, em serviços de portas fechadas à população; patrulhamento das atividades de pesquisas realizadas em suas filiais;  constante falta de insumos e materiais hospitalares; aquisição de equipamentos hospitalares adquiridos pela EBSERH no mercado, mas sem qualquer critério, ou seja, transação de compra e venda de materiais de péssima qualidade ou absolutamente não solicitados por aquela filial que recebeu, estabelecendo-se,assim, um novo Princípio Administrativo - o Princípio Inconstitucional da Obscuridade -, dentre tantos outros absurdos.
Como empresa estatal, ela criou inúmeros cargos comissionados - todos ocupados por indicação política - com altos salários, muitos deles ocupados por políticos derrotados nas últimas eleições, parentes e amigos de parlamentares, chegando até mesmo a ser ocupado por gente oriunda da Odebrecht.
Mais do que isso, a EBSERH implantou uma política de encaminhar, por critério pessoal, inúmeros servidores para o Hospital Sírio Libanês, a fim de realizarem curso de gestão hospitalar privada, ao custo, que ainda carece de comprovação, aproximado de 100 mil reais por participante - todo este dinheiro saído dos cofres públicos da Nação, e sob o olhar complacente dos órgãos de controle e fiscalização.
Curiosamente, inúmeras Universidades Públicas Federais brasileiras  dispõem de Curso de Pós -graduação em Gestão Pública fornecidos por suas Faculdades de Administração, gratuitos ou pagos com valores infinitamente menores.
Surpreendentemente, essa empresa vem celebrando convênios com entidades estrangeiras na Espanha e França, com a alegação de troca de conhecimentos na área de gestão hospitalar, apesar de estar a lei que autorizou a sua criação sob júdice, haja vista que existe uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Procuradoria Geral da República, e reforçada tanto pelo Conselho Federal  de Medicina quanto pela Associação dos Analistas Técnicos do Tribunal de Contas da União, à espera de julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Ou seja, o agir irresponsável e inconsequente é uma das suas características.
Duvido muito que aquelas entidades internacionais tenham conhecimento deste fato.  Com certeza, se soubessem, não celebraram qualquer convênio.
Mais surpreendente ainda é a EBSERH celebrar esses convênios com países em que a saúde lá é pública, com gestão pública de caráter público, enquanto as filiais da EBSERH têm gestão atual de caráter privado.
Fico aqui pensando: quanto de valor de diária foi pago para cada pessoa da EBSERH que viajou para aqueles países - Espanha e França - para discutir esses convênios? Em que hotéis eles terão ficado? Quantad pessoas viajaram? Quem viajou com eles? Quais os preços pagos como diárias nesse hotéis? Quanto tempo permaneceram lá?
A EBSERH destrói a boa formação médica brasileira, com repercussões negativas também em todas as áreas da formação de profissionais da saúde, por mudar a natureza dos nossos Hospitais universitários, que deixam de ser verdadeiros hospitais escola e passam a ser meros hospitais empresariais - filiais da EBSERH - de caráter fundamentalmente assistencial. E assistencial com restrições.
A EBSERH acaba com a carreira pública dos profissionais da saúde em todas as Universidades Públicas Federais, compondo todo o quadro de pessoal de suas filiais com empregados públicos celetistas aprovados em Processos Seletivos Simplificados.
Esta empresa estatal não tem, efetivamente, nenhum compromisso com o SUS, com a Autonomia Universitária, com o ensino, com a pesquisa livre ou com qualquer outra coisa que não seja lucro e aparelhamento politico de suas filiais.
Então, de repente, num agir estratégico e puramente midiático, lança a EBSERH um "mutirão para acabar com a fila do SUS". Quanta hipocrisia e cinismo! Em primeiro lugar porque nenhum mutirão, nos termos e na forma como se apresenta, será capaz de acabar com as filas do  SUS, porque essas filas são frutos de um projeto de governo de desmonte do SUS, por meio da redução de leitos públicos hospitalares - só nos últimos 6 anos cerca de 30.000 leitos foram desativados no SUS - e do estrangulamento financeiro e de recursos humanos de todos os hospitais públicos brasileiros, sejam eles da esfera municipal, distrital, estadual ou municipal.
Ou seja, as filas do SUS que hoje - e sempre - assistimos não têm a ver com crise no setor da saúde pública brasileira, mas sim com o projeto governamental - que não é somente de agora, mas de pelo menos 23 anos - de transformar o direito fundamental à saúde em saúde como bem de mercado, conforme os ditames do Banco Mundial e de sua ideologia neoliberal.
Portanto, não só as filas continuarão existindo como irão aumentar drasticamente nos próximos 20 anos, já que o estabelecimento de um teto para os gastos públicos, que não exclui os direitos sociais deste plano, só irá causar ainda mais sofrimentos, dores e mortes desnecessárias no ambiente do SUS.
Mais do que isso, o fim dos nossos Hospitais Públicos Federais Universitários - nossos Hospitais-Escola - já vêm provocando uma grave precarização na formação de todos os nossos profissionais das áreas da saúde, pondo toda a sociedade brasileira sob um risco social de consequências inimagináveis em futuro próximo, haja vista que a EBSERH fez do Brasil o único país do planeta Terra a não contar com Hospitais universitários na sua estrutura universitária.
Jornalistas brasileiros, querem, realmente, saber o que é a EBSERH?
Com certeza, vocês não conhecerão a verdade conversando somente com os gestores da EBSERH, mas sim procurando as informações corretas com os servidores públicos e os estudantes desses hospitais.
A lei que criou a EBSERH não tem que sofrer remendos legislativos pra tentar "melhorar" o que ela tem de ruim, simplesmente porque nada de bom ela tem. Inconstitucionalidades não se remendam. Inconstitucionalidades são nulas de pleno direito.
Portanto, a solução a ser dada à EBSERH é a sua urgente extinção, já que, além de ofender a Constituição Federal de 1988, ela constitui um inchaço desnecessário à máquina administrativa, não sendo razoável e nem economicamente viável a manutenção de uma aberração jurídico-constitucional como essa, que destruiu o caráter da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão nas nossas Universidades Públicas Federais, além de romper o Princípio Constitucional da Autonomia Universitária, o que é impensável no Estado Democrático de Direito.
Portanto, o badalado mutirão da EBSERH é  mais uma grande mentira  bem contada pela imprensa brasileira, enganada por uma empresa estatal que procura se impor por fatos anedóticos que ela mesma cria.

Wladimir Tadeu Baptista Soares 
Advogado, médico do SUS e professor do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF