sexta-feira, 8 de abril de 2016

RESOLUÇÃO DE CONJUNTURA ALTERNATIVA A POSIÇÃO OFICIAL DA FASUBRA

O texto abaixo é uma resolução alternativa ao texto da maioria da direção da Fasubra que foi aprovado na ultima plenária nacional e que está na página da federação.
Discordamos da resolução aprovada pois prioriza e arma a categoria para lutar contra o impeachment poupando o governo Dilma de suas responsabilidades e alianças com a própria direita.
Ainda que o impeachment não seja a solução para a crise, para nós a prioridade da federação e de todo movimento sindical é nesse momento a luta contra os ataques do governo Dilma(PLP 257), é preciso orientar a categoria que não apóie nem Dilma e nem a oposição de direita, se empenhar na construção do terceiro campo e apontar a necessidade de construir uma greve geral para derrotar os ataques do governo e da oposição de direita que brigam pelo poder, mas estão juntos na hora de atacar os trabalhadores.
Fizemos todo esforço para que essa resolução fosse apresentada como proposta de todos os setores da oposição de esquerda ao governo que atuam na Fasubra, mas infelizmente não houve acordo.
Respeitamos a posição dos companheiros, mas nos reservamos no direito de discordar.
Confira o texto logo abaixo e os diretores da Fasubra que assinam o mesmo:
NEM GOVERNO DILMA, NEM A VELHA OPOSIÇÃO DE DIREITA NOS REPRESENTA!
MOBILIZAR OS TRABALHADORES CONTRA O PACOTE DE AJUSTE FISCAL!
O Brasil vive o aprofundamento da crise econômica e política no país. Em 2015, o PIB brasileiro teve um tombo de 3,8% - o maior em 25 anos. Se a previsão de um novo "encolhimento" se confirmar em 2016, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. A inflação tem uma projeção de leve queda, por conta da diminuição da demanda, mas mesmo assim segue muito alta, mais de 7%, estourando o teto da meta.
Por sua vez, o desemprego ficou em 9,5% no trimestre encerrado em janeiro e atingiu mais uma vez o maior patamar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A crise econômica mundial provocou uma disputa entre frações da burguesia para ver quem terá o controle do estado brasileiro para gerenciar os negócios do capital, com o objetivo de seguir aprofundando os ataques contra nós trabalhadores.
As pesquisas mostram uma brusca queda na popularidade do governo Dilma e a maioria dos trabalhadores estão rompendo com o PT e com o governo. Agora o grande desafio é organizar e colocar na rua esses trabalhadores que não confiam mais no PT como alternativa. Pois o PT se transformou mais do mesmo no modus operandi na corrupção da política brasileira e segue aplicando um plano econômico que atacam direitos e massacra os trabalhadores, nada diferente dos tucanos.
Até na hora de sua agonia, tamanho é o seu compromisso com os senhores do capital, o governo cai atirando nos trabalhadores com o anuncio do novo pacote de reformas fiscais (PLP 257/16).
A saída do PMDB do governo Dilma, depois de 13 anos governando com o PT, quebra oficialmente a coalizão que já se encontra em crise há algum tempo e precipita a completa falta de governabilidade de Dilma sob as instituições em especial o desprestigiado congresso nacional.
O governo Dilma segue loteando os cargos para tentar se salvar, indicando o ministério da saúde para o PP, partido de Maluf filho da ditadura militar que por sua vez está indicando o dep. federal Ricardo Barros que na comissão de ética da Câmara votou a favor de Cunha, contra sua cassação. Ou seja, com ou sem o PMDB, a chibata nas costas do povo será a mesma!
A operação Lava jato é a expressão da própria crise política e dos elementos de crise no regime no qual a luta entre as frações da burguesia fizeram sair tudo do controle e atrapalhando o funcionamento “normal” do próprio regime.
Defendemos que tanto o PT como também o PSDB ou qualquer outro partido envolvido na operação Lava Jato possam ser investigados, pois há citações e delações que envolvem grandes figuras do PSDB como Aécio Neves, que devem ser investigadas a fundo. Exigimos também a punição de todos os culpados, com o confisco dos seus bens, prisões e perda de direitos políticos!
NEM FICA DILMA, NEM TEMER, NEM IMPEACHMENT SÃO SOLUÇÕES PARA OS TRABALHADORES!
O governo Dilma tem aplicado duros golpes contra os trabalhadores: a lei antiterrorismo (cujo efeito prático é ser anti-movimentos sociais), as privatizações, as OS’s, a reforma da previdência com o ataque em especial contra as mulheres, o projeto de lei que permite congelar salario de servidores públicos, cancelar reajustes, suspender concursos, estabelecer programa de demissões (PDV), suspender reajuste do salário mínimo, o veto à auditoria da dívida pública, entre tantas outras medidas antipopulares. Sendo assim, a tarefa número 1 dos trabalhadores nesse momento é organizar a resistência contra os ataques do governo Dilma que tem o apoio da oposição da velha direita.
Nos Estados e Municípios, os ataques aos trabalhadores públicos, a utilização dos recursos de fundos de pensão, a implantação de OS’s e a privatização dos serviços públicos, demonstra como o projeto das elites é uma pauta em todas as esferas, e de como as disputas atuais são apenas de setores que brigam entre si para serem os agentes do projeto neoliberal.
Ao mesmo tempo os trabalhadores não podem apoiar o processo de impeachment conduzido pelo reacionário e corrupto Cunha, porque o congresso nacional não tem nenhuma moral para julgar ninguém. Caso assuma Temer, não representará uma alternativa de interesse dos trabalhadores pois se propõe aplicar a mesma política que a Dilma. Mas ao mesmo tempo não estamos com o fica Dilma, pois este governo já demonstrou que não tem nenhuma legitimidade política, por isso cabe aos trabalhadores e ao povo organizados decidir quem governa.
É PRECISO CONSTRUIR UM TERCEIRO CAMPO CONTRA DILMA, TEMER, CUNHA, RENAN E AÉCIO!
O projeto 257/2016 que já está no congresso em regime de urgência é um brutal ataque aos trabalhadores seja do funcionalismo, seja da iniciativa privada.
O compromisso com a burguesia é tão evidente que mesmo na hora de sua morte Dilma e o PT atacam os trabalhadores para demonstrar que não é preciso trocar o governo para implementar a pauta da burguesia.
A tarefa central nesse momento do movimento sindical é construir a resistência contra esse pacote de maldades de Dilma e contra qualquer ataque que possa vir de um futuro governo Temer caso o impedimento se consumar!
É fundamental construirmos uma ampla unidade de ação contra esses ataques, e por isso defendemos que as centrais sindicais, as federações, sindicatos de base, movimentos sociais, e entidades estudantis possam construir uma alternativa de luta para os trabalhadores sem ilusões com o governo Dilma e muito menos com qualquer outro governo que possa surgir pela frente. É preciso confiar na força e na luta dos trabalhadores e nos guiar por esse caminho para derrotar os projetos do capital, abrindo espaço para avançarmos!
É preciso construir uma luta contra Dilma, Temer, Cunha, Aécio e qualquer alternativa de direita, pois esses brigam pelo poder, mas estão juntinhos e misturados na hora de atacar os trabalhadores. Além disso toda a linha sucessória da República está comprometida com as empreiteiras e com o Lava Jato.
E para ser coerentes na defesa dos trabalhadores a CUT e a CTB que são as maiores centrais sindicais do país deveriam romper com o Governo Dilma e preparar uma forte greve geral no país para defender direitos!
14 DE ABRIL É DIA DE LUTAR CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E O PACOTE DE REFORMAS FISCAIS DO GOVERNO DILMA. TOD@S A BRASILIA!
O Fórum dos servidores Públicos Federais está convocando uma mobilização nacional em Brasília para o dia 14 de abril, o objetivo é construir uma manifestação contra a reformada previdência e o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo Dilma e que já está no congresso nacional em regime de urgência!
Queremos construir a mais ampla unidade de ação contra o PLP 257/16 e para isso será preciso unir forças com todos aqueles que querem defender as bandeiras dos trabalhadores contra mais esse perigoso ataque que retiram direitos. Os trabalhadores não podem pagar pela crise, e assim a FASUBRA e seus sindicatos filiados precisam desde já se incorporar a essa iniciativa com as demais entidades do funcionalismo público ampliando essa luta para sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada e movimentos sociais para sermos mais fortes e derrotar esse projeto!
Dia 14/04, Tod@s a Brasília!
Assinam o diretores da Fasubra:
Gibran Jordão
Ivanilda Reis
Marcelino Silva
José Carlos
Roberto Luís
Edson Lima
Pedro Rosa
Rolando Malvasio

Nenhum comentário: