Organizar o movimento por meio de comitês de base nos locais de estudo, trabalho e moradia! Exigir das centrais sindicais uma greve geral!
Há duas semanas, milhões tomaram as ruas. No dia 20 de junho aconteceu a maior mobilização da nossa história. O governo Dilma, governadores, prefeitos, o parlamento e os partidos tradicionais (PT,PMDB,PSDB) sofreram um golpe gigantesco. Nada será como antes. Mudanças estão acontecendo pela ação direta da mobilização. Nas ruas a rebelião popular questiona a ordem estabelecida de forma espontânea, sem uma direção e sem um programa acabado. Por isso a esquerda revolucionária deve se manter no movimento e propor pautas anti-capitalistas aos que estão nas ruas.
Dilma mente e reprime nossa luta! Abaixo o pacto proposto pelo PT!
Depois de um longo silêncio, Dilma fez um pronunciamento recheado de mentiras como se estivéssemos em época de eleição. Ela não escutou a voz das ruas já que não anunciou nada para resolver nossos problemas. Manterá os gastos com a Copa da Fifa enquanto estamos nas ruas rechaçando isso. Diz que está investindo em saúde enquanto mantém a privatização dos Hospitais. Faz promessas vazias sobre a educação enquanto as escolas e universidades públicas estão sucateadas. Requentou propostas sobre os transportes enquanto seus prefeitos e governadores destinam mais subsídios aos empresários do transporte, retirando recursos das áreas sociais.
A única medida concreta e imediata de Dilma foi enviar a força de segurança nacional para reprimir nossos protestos como se fossemos vândalos. Sendo que as tropas de Dilma já interviram na repressão que ocorreu em Minas Gerais no dia 22/06.
Por fim Dilma propôs um pacto com governadores e prefeitos e uma reunião com movimentos sociais e sindicais para tentar legitimar suas “propostas”. Somos contra esse pacto. Nenhuma das direções governistas nos representam. Nenhum movimento combativo deve legitimar essa tentativa de desmontar o movimento.
Não há golpe militar em curso! Os atos não são conservadores!
Não se trata de conspiração internacional contra o Brasil. É uma rebelião contra os efeitos da crise econômica, a alta inflação, os gastos bilionários com a Copa da FIFA. Não há um golpe militar em curso. Dilma e o PT, assim como o PCdoB, não são de esquerda, governam para a burguesia e são subservientes ao imperialismo. Políticos e figuras ligados a ditadura, bem como parlamentares reacionários estão com o governo.
A oposição de direita elogiou o pronunciamento de Dilma. Alckmin e Haddad atuam juntos, Dilma apoia o governador de Minas do PSDB. Afif Domingos é vice dos tucanos em SP e Ministro dos Petistas em Brasília.
Lógico que há uma disputa no movimento. Os governistas, a oposição de direita, nacionalistas, a mídia, estão disputando o movimento. E todos têm o mesmo objetivo: desmobilizar as massas.
Há também confusões. Milhões despertaram trazendo concepções do senso comum. Essa despolitização foi causada pelo PT ao ter se convertido em instrumento da ordem. Após 10 anos de traições do PT e PCdoB, após um pacto conservador com o PMDB é natural a repulsa contra os partidos, sobretudo aqueles que simbolizam o poder. Sentimento insuflado pelos governos e a direita também contra as organizações políticas anti-capitalistas.
Existem ainda pequenos grupos de ultra-direita (ou demais infiltrados), que protagonizam agressões como as que atingiram o PSTU no Rio, cujo objetivo também é o mesmo do governo: barrar a mobilização. Uma ação com metodologia fascista que repudiamos, expressando nossa solidariedade a esta organização de esquerda.
Por tudo isso, justamente porque há uma batalha em curso, é que a esquerda revolucionária deve seguir nas ruas junto aos manifestantes. O que não podemos fazer e conformar um bloco orgânico com os partidos governistas justamente porque eles estão no bloco dos que querem acabar com o movimento e nos trair.
Propostas para a continuidade do movimento
É possível resolver os problemas que estamos questionando nas ruas. Há recursos nos orçamentos públicos. Porém hoje os governantes destinam tudo para a FIFA, os empresários e banqueiros. Nós estamos propondo inverter essa lógica e lutar por:
1- Dinheiro pra saúde e educação públicas, não pra Copa! Ruptura com a FIFA! Auditoria de todos os contratos com a FIFA e empreiteiras! Fim da privatização da saúde e educação! Pela revogação das OSS e EBSERH! Que a mesma quantia gasta na Copa e Olimpíadas seja investida imediatamente nos hospitais e escolas!
2 - Que a redução da tarifa seja paga pelos empresários, não pelo povo! Auditoria de todas as empresas concessionárias do poder público! Apoio a iniciativas como a CPI do transporte do Rio! Revogação dos contratos, municipalização do transporte com passe-livre para estudantes e desempregados! Imposto aos grandes empresários e políticos destinando esse recurso ao transporte público e estatal!
3 - Suspender o pagamento dos juros aos banqueiros e destinar os recursos para as áreas sociais!
4 - Fora Feliciano! Fora Renan! Cadeia para os mensaleiros!
5 - Unificar os que lutam! Por aumento de salários e melhores condições de trabalho! Que os sindicatos, federações e centrais sindicais convoquem uma greve geral!
6 - Fora Cabral!
Para conquistar essas demandas e realizar essas propostas devemos seguir mobilizados e organizar mais o movimento. Para isso é necessário construir comitês de luta nas escolas, universidades, locais de trabalho e moradia para discutir as ações de luta e organizar atividades para avançar na politização.
Necessitamos ainda nacionalizar a organização da nossa luta. Para isso seria muito importante a realização de uma reunião conjunta entre o MPL de São Paulo, o Fórum de Lutas do Rio, o Bloco que organizou a luta em Porto Alegre e demais movimentos pelos Estados.
Unidos pra Lutar
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