Infelizmente, mais uma vez, estas centrais perderam a oportunidade de se postular ante os trabalhadores e o povo propondo uma greve geral ou uma paralisação nacional com as bandeiras do movimento. Diferente do que aparece em algumas publicações, o site oficial da CUT, sob a foto da reunião com a presença de dirigentes dessas centrais publica nota intitulada: “CUT e demais centrais sindicais decidem realizar ato conjunto no dia 11 de julho”. Ainda que, um dos parágrafos da nota fala que: “... paralisações, greves e manifestações terão como objetivo destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios...” não se sabe como isto irá acontecer nem dizem quais seriam os setores que vão realizar essas paralisações e greves, algo que já vem acontecendo em várias categorias, independente da vontade das centrais.
Além de não marcar greve geral nem paralisação nacional, passaram o “protesto” para o dia 11 de julho! Uma eternidade, tendo em conta a velocidade com que se produzem os acontecimentos nestes dias em nosso país. Mas não poderia ser diferente quando, nos últimos anos, a maioria das centrais que convocaram a reunião vem atuando junto ao governo federal e seguramente, agora, procuram ganhar tempo no sentido de descomprimir a situação e procurar canais para salvar ao governo da fúria do povo.
Na reunião de Dilma com Centrais, CUT tem papel lamentável!
Na reunião das centrais sindicais com o governo no dia 26 de Junho, a presidenta Dilma apresentou os cinco pontos para o pacto e chamou as centrais a se somarem no plebiscito da Reforma Política. Enquanto as centrais se calaram diante da fala do governo, o presidente da CUT fez questão de afirmar: “As centrais vieram aqui para discutir a questão da saída da crise”. O que demonstra que a politica da maioria das centrais, longe de escutar a voz das ruas, procuram uma saída para desviar e frear as mobilizações, canalisando a insatisfação popular para um suposto voto de confiança no governo.Não por acaso que milhares de manifestante repudiam e rejeitam os partidos, em especial o PT, que há 10 anos vem aplicando uma política nefasta que só leva a mais miséria para o conjunto da população, enquanto beneficia um punhado de banqueiros, empreiteiros e sindicalistas profissionais que acabaram se tornado os novos ricos.
A presidente Dilma não ouve a voz das ruas, nem tem intenção de resolver os graves problemas que as mobilizações colocaram sobre a mesa. Em seu “pacto com os governadores e prefeitos”, o pacto entre os corruptos e responsáveis da atual situação, mantém as bases da política que criaram esta crise. A começar pela questão da “responsabilidade fiscal” para atender aos banqueiros e ao sistema financeiro. Desse modo, saúde e educação não vão melhorar.
Não somos contra reuniões com o governo, mas estas não podem ser só para “destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios” e sim para em primeiro lugar rechaçar a política de pacto e apresentar um programa alternativo ao do governo, em favor dos interesses da população trabalhadora e do povo derrotando a agenda do governo.
Neste sentido, a CSP/Conlutas perdeu uma grande oportunidade de na reunião, junto com rejeitar o pacto proposto, exigir da CUT uma greve geral para o dia 11 de julho e denunciar a postura da CUT na reunião, que procurou salvar o governo da crise.
Chamamos aos lutadores e às correntes de luta do movimento sindical, fundamentalmente à CSP/Conlutas a não compactuar com propostas recuadas em meio da magnitude do que está acontecendo.
Construir a GREVE GERAL
É fundamental a irrupção da classe trabalhadora neste processo de luta e mobilização. A experiência que estão fazendo o povo e a juventude mobilizados nas ruas está produzindo uma reviravolta na consciência de amplos setores. Seria qualitativo se as centrais sindicais convocassem uma greve geral com mobilizações em tudo o país. Essa é uma das bandeiras que a CST/PSOL e a Unidos Pra Lutar, junto a outros setores mobilizados, vem defendendo em seus documentos públicos, palavras de ordem e nos fóruns do movimento em que atua. Consequentes com esta política, e a pesar da falta de propostas concretas da convocatória em relação às paralisações, a CST/PSOL e a Unidos Pra Lutar, atuarão com todas suas forças entre os trabalhadores para convocar assembleias, fazer debates e votar em cada lugar onde tivéramos acesso, paralisação no dia 11 de julho com mobilização nas ruas.
Exigimos das centrais sindicais, fundamentalmente da CUT, a absoluta autonomia do governo e a convocação de uma greve geral para o dia 11 de julho. Os servidores públicos federais votaram uma paralisação nacional para este dia; é importante que os sindicatos organizem assembleias e exijam da CUT e demais centrais que este dia paremos o país, convertendo o dia 11/07 numa poderosa greve geral, com atos nos estados para derrotar o pacto e a política econômica do governo e avançar em nossas reivindicações.
Unidos pra Lutar
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