Por um 8 de março antipatriarcal e anticapitalista
A luta das mulheres é internacional
Em mais de 40 países está sendo preparada a primeira greve mundial de mulheres para o próximo 8 de março, dia internacional das mulheres trabalhadoras. Há poucas semanas, milhares de mulheres foram às ruas, nos Estados Unidos, para enfrentar a política misógina, racista e capitalista representada pelo novo governo de Donald Trump. Outras mobilizações ocorreram no mundo nos últimos anos. O movimento #NiUnaMenos da Argentina contra os feminicídios, as marchas da Turquia contra a violência machista, a mobilização no México exigindo #VivasNosQueremos, as marchas no Brasil e Índia contra os estupros, as reivindicações no Chile pelo direito ao aborto, a paralisação de mulheres na França por trabalho igual, salário igual, os protestos das mulheres na Rússia e as mobilizações na Espanha, Itália e Polônia, para manter o direito ao aborto legal.A greve mundial de mulheres não apenas tem que reafirmar a luta contra a opressão patriarcal, que nos condena ao trabalho doméstico e a múltiplos tipos de violências. Tem que servir para enfrentar todos os governos capitalistas do mundo. Somos majoritariamente trabalhadoras e superexploradas. Devido à opressão, nosso trabalho é precarizado e recebemos os piores salários.
Esta greve será uma ação para unificar e fortalecer a luta das mulheres no mundo para que sejam respeitados nosso diretos.
No Brasil, cresce a violência contra as mulheres
O Brasil é o quinto país do mundo em violência contra a mulher. A cada 10 minutos, uma mulher é estuprada. A cada 90 minutos, uma mulher é assassinada. Menos de 10% dos municípios brasileiros contam com delegacias da mulher. No governo Dilma, os investimentos em políticas públicas para a mulher eram de míseros 13 centavos por pessoa do sexo feminino. Já Temer extinguiu a secretaria da Mulher. A PEC 241/55 congela por 20 anos os investimentos em saúde e educação. A proposta de Reforma da Previdência propõe igualar em 65 anos a idade mínima de aposentadoria entre mulheres e homens, ignorando a dupla ou tripla jornada que milhares de mulheres trabalhadoras cumprem. As reformas propostas pelo governo Temer afetam principalmente as mulheres. É necessário abraçar e encampar uma forte luta para enfrentá-las.
Construir uma pauta de reivindicações das mulheres na categoria
A universidade deveria ser vanguarda não só nas pesquisa sobre as situações que afetam diretamente a saúde física, psicológica e emocional das servidoras no âmbito de trabalho, mas consequentemente deveria oferecer as melhores condições para resolução de problemas e abrigar as demandas das mulheres da foram mais efetiva.Infelizmente não é assim. A UFF não tem creche disponível para filhas e filhos das servidoras e a cada ano são reduzidas as vagas de sorteio da creche UFF. Uma vergonha.
Há anos reivindicamos um atendimento de saúde específica da mulher que poderia contar com unidades em todos os campis. Com saúde preventiva e atendimento qualificado. Nada temos.
Os ambientes de trabalho da universidade estão cada vez mais deteriorados, o que implica muitas vezes esforços fora das possibilidades físicas das servidoras, como carregar carros de livros pesados nas bibliotecas, materiais no HUAP e nos laboratórios.
A crise de segurança é um dos problemas mais graves. As trabalhadoras e estudantes durante a noite ficam expostas à maior insegurança nos campi e nas imediações deles, com casos de estupros e abusos.
As servidoras são também as que mais sofrem assédio moral das chefias. Não esquecemos que um pró-reitor da universidade mandou um servidora “calar a boca” quando essa se manifestava em um fórum da universidade, num total desrespeito machista. Esse é o modelo que as autoridades da universidade querem impor.
Estes são alguns dos problemas. Mas sabemos que cotidianamente existem muitos outros e que cada setor apresenta situações diferentes.
O SINTUFF, através de seu Grupo de Trabalhos das Mulheres, propõe neste mês das mulheres realizar uma campanha recolhendo as demandas de todas as servidoras da UFF, para construir uma pauta de reivindicações específica para apresentar ao reitor.
Para iniciar nossa campanha nos reuniremos na reitoria, dia 8/3, às 14h, e logo ao término da atividade nos somaremos à concentração nas Barcas, com companheiras do SEPE e ADUFF para dirigirmos ao ato unitário de sindicatos, movimentos juvenis e populares e organizações políticas no Rio de Janeiro, com concentração a partir das 16h na Candelária.
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