O vereador Renatinho (PSOL) teve sua Moção de Repúdio à Reitoria da UFF aprovada pela Câmara Municipal de Niterói. Renatinho apresentou a Moção 0537/2011 após o Reitor Roberto Salles tomar a iniciativa de cercear a liberdade de organização sindical dos trabalhadores em greve representados pelo SINTUFF (Sindicato dos Trabalhadores da UFF). O Reitor entrou com uma ação judicial para coibir atividades de mobilização e convencimento da greve dos servidores.
Ocorre que a reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF) obteve, em 19 de julho de 2011, uma liminar contra o SINTUFF. A medida obriga o sindicato a divulgar, através de cartazes e de seu blog, uma decisão judicial que coíbe atividades de mobilização e convencimento da greve dos servidores. Após ser notificado, o SINTUFF teve o prazo de apenas duas horas para cumprir a decisão, sob a pena de pagar R$ 10.000,00 (dez mil reais) de multa, mais R$ 1.000,00 (mil reais) por hora consecutiva em caso de descumprimento.
Segundo o Vereador Renatinho, esta atitude da reitoria contradiz a decisão do Conselho Universitário da UFF, do dia 29/06/2011, que aprovou apoio e solidariedade à greve. “Essa prática é comum a governos autoritários e reacionários, que procuram criminalizar as lutas legítimas e justas da classe trabalhadora. Sergio Cabral tomou atitude semelhante quando ordenou repressão brutal aos bombeiros em greve.”, disse Renatinho, que enquanto presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal também acompanhou de perto a situação dos bombeiros.
Renatinho afirma que a reitoria da UFF segue uma linha totalmente antidemocrática no diálogo com os movimentos sociais, estudantis e sindicais. “O reitor que entra com ação contra os trabalhadores em greve para retirar o direito da categoria se organizar é o mesmo reitor que se negou a receber a comunidade do entorno para debater sobre a construção dos novos prédios da universidade. Esse também é o mesmo reitor que articulou a Via 100 e Via Orla com Jorge Roberto sem ouvir o Conselho Universitário e agora se nega a atender os estudantes que ocuparam a reitoria pacificamente e apresentaram uma pauta de reivindicações. Para cumprir as ordens do governo federal, a Reitoria ataca a democracia, a autonomia da universidade, os servidores técnico-administrativos e o sindicato que os representa.”, completou Renatinho.
Ontem na abertura da 15ª Edição da Bienal do Rio de Janeiro, estudantes, professores e técnicos administrativos realizaram grande manifestação para denunciar o sucateamento da educação na rede federal de ensino do país. Eles denunciam os vários cortes no orçamento destinado a estas unidades de ensino, sendo o último deles de R$ 3 bilhões de reais. Depois de uma manifestação com cerca de 200 alunos, professores e funcionários das redes federais de ensino - formada pelos colégios Pedro II, Instituto Federal do Rio do Janeiro, Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal do Rio de Janeiro-, uma comissão de alunos e professores foi recebida pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Eles cobraram mais investimentos em educação.
“São as greves de docentes e servidores que, ao logo de décadas, tem defendido as universidades públicas e os concursos, impedido a aplicação de inúmeros projetos de privatização. Muito bom que a Câmara tenha aprovado esta moção! Desta forma, vimos manifestar repúdio à reitoria da UFF por esta iniciativa de ataque à luta dos servidores. Esperamos que a medida liminar seja retirada imediatamente e que a reitoria respeite a decisão do Conselho Universitário em favor da greve da categoria..”, disse o sindicalista e diretor geral do Sintuff, Pedro Rosa.