segunda-feira, 3 de julho de 2017

Vigilância Sanitária confirma: carnes impróprias para consumo foram encontradas no bandejão e denúncia foi anônima



O SINTUFF, consultando fontes que trabalham no Restaurante Universitário da UFF, informou por meio de sua página no Facebook que a Vigilância Sanitária verificou, no dia 27 de junho, denúncia sobre três toneladas de carne estragada, armazenadas no Restaurante Universitário (bandejão). Servidores relataram ao SINTUFF que desperdício de grandes quantidades de alimentos tem sido recorrentes.
Diante da informação, o que se via nas redes sociais era algumas pessoas atacando a informação e tentando desacreditá-la. No dia seguinte, o reitor confirmou que houve a vistoria e afirmou que esta teria sido a pedido da UFF, o que descartaria a hipótese de denúncia anônima.
As fontes consultadas pelo SINTUFF no dia 27 já diziam que a denúncia era anônima. O SINTUFF, contudo, para verificar a informação, entrou em contato com a Vigilância Sanitária que confirmou: a denúncia foi anônima.
Alguns questionamentos persistem. Se a denúncia foi anônima, por que a reitoria assumiu a autoria? Se havia carne imprópria, por que os responsáveis pelo armazenamento não se pronunciaram antes? Por que mantiveram esta informação relevante em segredo, que só foi a público por conta de uma denúncia anônima?
O fato do lote ter sido separado e descartado adequadamente não muda o fato de que estes insumos impróprios estavam armazenados nestas condições sem conhecimento da comunidade universitária, sem que houvesse cobrança pública aos fornecedores ou qualquer outro tipo esclarecimento prévio. Não faltam dúvidas e questionamentos.
Esse é um fato isolado ou descartes deste tipo tem sido recorrentes? O que dizem as câmeras de vigilância? A carne foi vistoriada quando entregue pelo fornecedor? Se sim, por que não houve devolução? O fornecedor ressarciu a UFF? O fornecedor repôs os insumos impróprios para consumo? As carnes estavam estragadas ou contaminadas? A UFF vai manter o contrato com o atual fornecedor?
As diversas fontes jornalísticas e a própria Vigilância Sanitária confirmaram TUDO que o SINTUFF informou em sua rede social, apesar de alguns ataques localizados que o sindicato sofreu em comentários de suas postagens. Confira:

"Cerca de 3 toneladas de carne estragada foram encontradas na Universidade Federal Fluminense (UFF), no campus do Gragoatá, nesta terça-feira (27)". (O Fluminense)

"A fiscalização chegou até o local através de denúncias anônimas". (O Fluminense)

"Três agentes foram ao restaurante na terça-feira (27/06) atendendo denúncias de estudantes sobre a qualidade da alimentação e, principalmente, quanto à carne servida nas refeições". (Coluna do Gilson Monteiro)

"O Departamento de Vigilância Sanitária da Fundação Municipal de Saúde de Niterói informa que recebeu denuncia anônima de carnes impróprias para consumo no restaurante universitário da Universidade Federal Fluminense (UFF). A fiscalização realizou vistoria no local na terça-feira (27) e encontrou um lote de carnes lacrado, separado e identificado com o selo de produto impróprio para consumo. O procedimento foi realizado pela equipe do restaurante da Universidade, antes mesmo da chegada da Vigilância Sanitária e é o recomendado para o caso.
A Vigilância Sanitária notificou a empresa responsável pelo fornecimento de alimentos para o restaurante, que terá que comprovar que o lote será descartado adequadamente. A Vigilância segue monitorando o caso." (Vigilância Sanitária)

O fato da Vigilância Sanitária afirmar que seguirá monitorando o caso é por si só uma demonstração de estranheza em relação à situação encontrada. O procedimento adequado de separação e descarte do lote não é uma solução universal, não elucida os questionamentos feitos e nem desmentem de jeito algum as versões que o SINTUFF e a própria imprensa local divulgaram.
O SINTUFF tentou entrar em contato com os gestores do Bandejão para solicitar entrevista. No site e na página do Restaurante Universitário da UFF no Facebook não constam e-mail e nem telefone. A única possibilidade de enviar mensagens ao RU é via formulário no site, o que foi feito, mas este não registra o envio. Por telefone, o coordenador do SINTUFF, Carlos Abreu, já havia tentado agendar entrevista, sem sucesso. Diante de todas essas impossibilidades, foi registrado através de comentário na página do RU e via publicação na página do SINTUFF a solicitação. Como último recurso, o SINTUFF enviou ofício por escrito ao RU com o pedido de entrevista.
O SINTUFF seguirá atento cobrando explicações e transparência acerca deste caso. Esperamos que responsáveis pelo setor e a administração da UFF respondam os questionamentos. Também aguardamos que aqueles que atacaram as postagens (que não trazia qualquer acusação direcionada a ninguém especificamente) sejam mais responsáveis na hora de tecer comentários tentando desacreditar informações verificadas.

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