Os escândalos de corrupção tornaram-se fatos corriqueiros no mandato da presidenta Dilma e seu fiel escudeiro, o governador Sérgio Cabral. O último fato, descoberto pela ação de repórteres no interior do Instituto de Pediatria e Puericultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dimensionam o tamanho do descaramento e da hipocrisia destes governos.
Para vencer as licitações públicas em hospitais do Rio de Janeiro, representantes de empresas sugeriam o pagamento de propinas. As empresas Locanty Soluções, a Toesa Service, a Rufolo Serviços Técnicos e Construções e a Bella Vista Refeições Industriais receberam R$ 434 milhões em contratos com a administração pública estadual desde 2003.
Coincidentemente a Locanty Comércio e Serviços Ltda doou mais de R$ 1,4 milhão para quatro campanhas eleitorais em 2010. Somente o PMDB, partido do atual governador do Rio, Sérgio Cabral arrecadou R$ 1,3 milhão. Além da legenda, os deputados estaduais Alcebíades Sabino (PSC) e Bebeto (PDT) receberam R$ 50 mil cada. O então candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB) também ganhou R$ 50 mil da Locanty.
Este ano (2012), a empresa já recebeu quase R$ 150 mil pelo vínculo contratual que possui com a Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro e mais de R$ 7 milhões provenientes das secretarias de Segurança, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Transportes, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Uma vergonha! Num estado em que a saúde pública apresenta os piores índices de desempenho, os corruptos embolsam bilhões. Entretanto a população pobre e trabalhadora morre nas filas e macas esperando por um atendimento digno.
A UFF possui contrato com a SSCM Serviços de Limpeza e Conservação, que pertence aos mesmos donos da Locanty, em um contrato que envolve 2,6 milhões. O Tribunal de Contas da União declarou que iniciará um processo de fiscalização de licitações e contratos nas instituições federais de cada estado, além de analisar os contratos das unidades no Rio de Janeiro. A apuração alcançará parte dos 44 hospitais universitários federais. É evidente que as investigações só foram encaminhadas depois do escândalo descoberto pela imprensa. No entanto, a fraude declarada corria solta, sendo de amplo conhecimento dos governos federal, estadual e seus secretários.
Indigna presenciar esta roubalheira no momento em que a saúde federal e estadual está sendo submetidas a privatizações espúrias, prejudicando servidores e a população que necessitarão pagar para receber atendimento. É necessário acabar com a bandalheira. Os governos tem que romper imediatamente os contratos com estas empresas fraudadoras e os conselhos superiores das universidades federais devem exigir a investigação e auditorias de todas as licitações e contratos. Exigimos que a UFF suspenda imediatamente o contrato com a empresa SCMM e abra preventivamente uma auditoria para averiguar se houveram irregularidades nas licitações.