terça-feira, 10 de setembro de 2013

“Denúncia anônima” é divulgada pelo reitor para justificar ponto eletrônico



O reitor da UFF, Roberto Salles, divulgou oficio circular nº 06/2013, encaminhando denúncia, supostamente anônima, onde são acusados os servidores da UFF de corruptos por “não cumprirem” 40 horas, que indica o ponto biométrico como controle de frequência para moralizar a UFF, acabar com a corrupção e ataca o SINTUFF  por supostamente fazer “chantagem política“ nas eleições para reitor.
Diante disso, o SINTUFF declara:
1. O sindicato não acredita que tenha sido uma denúncia anônima, de iniciativa de um aluno da pós-graduação preocupado em moralizar a UFF, pois seria um absurdo um ministro do Estado e um reitor se empenharem em formalizar a divulgação e exigir providências. Por que tanto empenho com as palavras de um anônimo?
2.  Toda a comunidade universitária sabe que a reitoria da UFF encampa há vários meses uma campanha aberta pela implantação do ponto eletrônico na universidade. Ou seja, o conteúdo da suposta denúncia é nitidamente de interesse do reitor da UFF que está a serviço das privatizações, a exemplo da EBSERH.
3. Surpreende o “empenho” do MEC e do reitor em moralizar a UFF e o serviço público e investigar uma denúncia anônima, pois foram formalizados vários documentos na UFF, como por exemplo:
a) OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO E O ATENDIMENTO NA FACULDADE  DE VETERINÁRIA CONTINUAM SENDO PAGOS, NEGANDO OS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. MESMO APÓS O RESULTADO DO PLEBISCITO OFICIAL QUE DEFINIU O FIM DESSES CURSOS.
 b) CENTENAS DE FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS DESEMPENHAM ATIVIDADES QUE NÃO CONDIZEM COM O PERMITIDO NA LEI. Pois a lei atual define o fim da terceirização no serviço público.
c) SERVIDORES DA UFF ADOECEM porque não têm equipamentos de segurança adequados ou adquirem doenças em ambientes insalubres, sem que a UFF realize EXAMES PERIÓDICOS para detectar o quadro de saúde de seus funcionários; apesar da lei exigir a realização desses exames e  da universidade  receber  recursos para esta finalidade.
4. Há que lembrar que O Decreto nº 4.836, de 9 de setembro de 2003 permite o reconhecimento de dois turnos ininterruptos de 6h/dia, pois a Universidade funciona acima das 12h. Muitas universidades estão usando esse decreto para garantir a jornada de 30h.
5. Os defensores do ponto eletrônico como moralizador do trabalho devem assistir as várias denúncias na grande mídia sobre os que batem ponto eletrônico e não trabalham. Ou seja, a imoralidade está exatamente na conivência dos governantes e gestores do serviço público com os seus protegidos.
6. O governo federal que ampara uma denúncia “anônima” deveria buscar moralizar seu próprio governo, pois as noticias diárias mostram escândalos de corrupção no alto escalão do partido que governa. A instância máxima da Justiça (STF) já condenou vários parlamentares à prisão, mas estes seguem legislando em favor do governo.
7. Se o governo quisesse moralizar poderia pagar salários dignos conforme afirma constituição, que deve garantir alimento, saúde, educação, lazer, moradia. Mas aplica arrocho dos salários.
8. Se desejassem moralizar deveriam abrir concurso público pelo RJU para os hospitais e devolver os recursos definidos em lei para garantir o atendimento à população, pois durante uma década de governos do PT centenas de leitos foram desativados e muitos morreram por falta de atendimento médico-hospitalar.
9.  O SINTUFF nunca escondeu que defende a carga horária de trinta horas semanais para todos os trabalhadores, pois entende que hoje existe tecnologia suficiente para desempenhar as funções, inclusive em carga horária menor, garantindo assim mais empregos para todos. Muito menos o sindicato se esconde atrás de corruptos como tenta colocar o documento. Ao contrário, o SINTUFF é firme na luta pela punição de corruptos e corruptores e pela expropriação de seus bens. O sindicato seguirá cobrando de cada candidato a reitor à defesa das 30h. Isso não é chantagem, é dever do SINTUFF.
10.   O reitor da UFF, nos últimos Conselhos Universitários, vêm desqualificando os médicos ao afirmar que muitos deles não trabalham para justificar o ponto eletrônico no HUAP. Agora busca generalizar sua política de ameaça a todos os servidores da UFF. Sequer encaminhou o GT aprovado no CUV para tratar segurança, acesso e frequência. Enquanto isso, os trabalhadores continuam sendo assaltados nos arredores do hospital e tendo seus carros roubados. Faltam condições de trabalho e de treinamento contra incêndio. Tudo sem que a reitoria tome providencia.
11. Os servidores não aceitarão esta política do governo e dos reitores de atacar direitos e tentar desmoralizar a categoria.
12. A iniciativa do diretor do HUAP de confeccionar os crachás eletrônicos para os servidores representa a implantação imediata do ponto eletrônico. O sindicato organizará os servidores para dar a resposta à altura.
Venha à Assembleia dia 24 de setembro para defender nossos direitos.

Coordenação do SINTUFF

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