O reitor da UFF, Roberto Salles, divulgou oficio circular nº
06/2013, encaminhando denúncia, supostamente anônima, onde são acusados os
servidores da UFF de corruptos por “não cumprirem” 40 horas, que indica o ponto
biométrico como controle de frequência para moralizar a UFF, acabar com a
corrupção e ataca o SINTUFF por supostamente
fazer “chantagem política“ nas eleições para reitor.
Diante disso, o SINTUFF declara:
1. O sindicato não acredita que tenha sido uma denúncia
anônima, de iniciativa de um aluno da pós-graduação preocupado em moralizar a
UFF, pois seria um absurdo um ministro do Estado e um reitor se empenharem em
formalizar a divulgação e exigir providências. Por que tanto empenho com as
palavras de um anônimo?
2. Toda a comunidade
universitária sabe que a reitoria da UFF encampa há vários meses uma campanha
aberta pela implantação do ponto eletrônico na universidade. Ou seja, o
conteúdo da suposta denúncia é nitidamente de interesse do reitor da UFF que
está a serviço das privatizações, a exemplo da EBSERH.
3. Surpreende o “empenho” do MEC e do reitor em moralizar a
UFF e o serviço público e investigar uma denúncia anônima, pois foram
formalizados vários documentos na UFF, como por exemplo:
a) OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO E O ATENDIMENTO NA
FACULDADE DE VETERINÁRIA CONTINUAM SENDO
PAGOS, NEGANDO OS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. MESMO APÓS O RESULTADO DO
PLEBISCITO OFICIAL QUE DEFINIU O FIM DESSES CURSOS.
b) CENTENAS DE
FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS DESEMPENHAM ATIVIDADES QUE NÃO CONDIZEM COM O
PERMITIDO NA LEI. Pois a lei atual define o fim da terceirização no serviço
público.
c) SERVIDORES DA UFF ADOECEM porque não têm equipamentos de segurança
adequados ou adquirem doenças em ambientes insalubres, sem que a UFF realize
EXAMES PERIÓDICOS para detectar o quadro de saúde de seus funcionários; apesar
da lei exigir a realização desses exames e
da universidade receber recursos para esta finalidade.
4. Há que lembrar que O Decreto nº 4.836, de 9 de setembro
de 2003 permite o reconhecimento de dois turnos ininterruptos de 6h/dia, pois a
Universidade funciona acima das 12h. Muitas universidades estão usando esse
decreto para garantir a jornada de 30h.
5. Os defensores do ponto eletrônico como moralizador do
trabalho devem assistir as várias denúncias na grande mídia sobre os que batem
ponto eletrônico e não trabalham. Ou seja, a imoralidade está exatamente na
conivência dos governantes e gestores do serviço público com os seus
protegidos.
6. O governo federal que ampara uma denúncia “anônima” deveria
buscar moralizar seu próprio governo, pois as noticias diárias mostram
escândalos de corrupção no alto escalão do partido que governa. A instância
máxima da Justiça (STF) já condenou vários parlamentares à prisão, mas estes
seguem legislando em favor do governo.
7. Se o governo quisesse moralizar poderia pagar salários
dignos conforme afirma constituição, que deve garantir alimento, saúde,
educação, lazer, moradia. Mas aplica arrocho dos salários.
8. Se desejassem moralizar deveriam abrir concurso público
pelo RJU para os hospitais e devolver os recursos definidos em lei para
garantir o atendimento à população, pois durante uma década de governos do PT
centenas de leitos foram desativados e muitos morreram por falta de atendimento
médico-hospitalar.
9. O SINTUFF nunca
escondeu que defende a carga horária de trinta horas semanais para todos os
trabalhadores, pois entende que hoje existe tecnologia suficiente para desempenhar
as funções, inclusive em carga horária menor, garantindo assim mais empregos
para todos. Muito menos o sindicato se esconde atrás de corruptos como tenta
colocar o documento. Ao contrário, o SINTUFF é firme na luta pela punição de
corruptos e corruptores e pela expropriação de seus bens. O sindicato seguirá cobrando
de cada candidato a reitor à defesa das 30h. Isso não é chantagem, é dever do SINTUFF.
10. O reitor da UFF,
nos últimos Conselhos Universitários, vêm desqualificando os médicos ao afirmar
que muitos deles não trabalham para justificar o ponto eletrônico no HUAP. Agora
busca generalizar sua política de ameaça a todos os servidores da UFF. Sequer
encaminhou o GT aprovado no CUV para tratar segurança, acesso e frequência. Enquanto
isso, os trabalhadores continuam sendo assaltados nos arredores do hospital e tendo
seus carros roubados. Faltam condições de trabalho e de treinamento contra
incêndio. Tudo sem que a reitoria tome providencia.
11. Os servidores não aceitarão esta política do governo e
dos reitores de atacar direitos e tentar desmoralizar a categoria.
12. A iniciativa do diretor do HUAP de confeccionar os
crachás eletrônicos para os servidores representa a implantação imediata do
ponto eletrônico. O sindicato organizará os servidores para dar a resposta à
altura.
Venha à Assembleia dia 24 de setembro para defender nossos
direitos.
Coordenação do
SINTUFF
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