terça-feira, 2 de maio de 2017

A maior Greve Geral da história sacudiu o país

Foto: Zulmair Rocha
A Greve Geral do dia de 28 de abril foi a maior da história do país. Cerca de 40 milhões de trabalhadores pararam em protesto contra as reformas da previdência, trabalhista e as terceirizações. Jamais na história do país houve uma greve com tamanha amplitude nacional. Centenas de categorias cruzaram os braços nos 26 estados e no Distrito Federal, dispostas a barrar os ataques de Temer.
Em São Paulo, linhas do metrô, ônibus e trens não circularam, estradas foram bloqueadas e avenidas trancadas. No Rio de Janeiro, os ônibus ficaram vazios. As barcas e a Ponte Rio-Niterói foram paralisadas no momento de maior movimento. Bancos, serviços públicos e universidades não abriram. O SINTUFF teve participação ativa e decisiva no protesto que impediu o funcionamento das Barcas entre 5h30 e 10 da manhã.
Atos massivos se espalharam pelas principais cidades brasileiras em todas as regiões do país. Multidões tomaram ruas e praças em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Belém, Curitiba, Aracaju, Fortaleza, Santos, Juiz de Fora, Feira de Santana, Petrolina, Vitória da Conquista, Santarém e dezenas de outras capitais e importantes cidades. No Rio houve brutal repressão para impedir os manifestantes de se concentrarem na Cinelândia, para onde milhares de pessoas se dirigiam.

A UFF parou 100%
A greve na UFF teve 100% de adesão. Todos os campi da universidade permaneceram fechados ao longo do dia, sem comparecimento de servidores, docentes ou estudantes. O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) ficou praticamente todo paralisado, completamente esvaziado, sendo mantidos apenas os serviços essenciais, com contingente mínimo de trabalhadores. Resultado de uma forte mobilização do SINTUFF e da ADUFF, com visita aos setores, cartazes, panfletos, faixas, outdoors e anúncios nas redes sociais.

Greve Geral foi o assunto da semana
A contraofensiva do governo e da grande mídia contra a greve foi tentar carimbar a Greve Geral como um movimento restrito ao PT, supostamente arquitetado para fortalecer a candidatura de Lula e de defesa do imposto sindical. As ruas e a opinião pública desmentiram categoricamente esta tese.
A Greve teve como pautas bem definidas a luta contra as reformas da previdência, trabalhista e as terceirizações. Isso foi amplamente massificado e gerou um forte apoio popular. Nas enquetes promovidas por Veja, Uol e O Globo, a grande maioria dos internautas declarou apoio à Greve Geral. Estudo da Fundação Getúlio Vargas também detectou um apoio massivo e esmagadoramente majoritário à Greve nas redes sociais. O próprio monitoramento do governo detectou um forte processo de adesão ao movimento grevista. A grande mídia foi obrigada a cobrir durante todo o dia 28, em tempo real, os atos da Greve Geral, que foi o assunto hegemônico das redes sociais durante toda a semana. O movimento grevista de 28 de abril definitivamente não teve como centro as eleições de 2018 ou a defesa do imposto sindical, ainda que algumas direções se movimentem sem sucesso por esses temas.
Sobre a questão do imposto sindical, o SINTUFF tem posição radicalmente contrária a essa cobrança, a exemplo de inúmeros outros sindicatos que construíram a Greve Geral. A posição de defesa do imposto é capitaneada justamente pelas centrais ligadas ao governo Temer, como a Força Sindical, liderada pelo deputado Paulinho da Força, que é da base governista. Essas centrais inclusive tentam permanentemente negociar com o governo a permanência do imposto sindical em troca de enfraquecer a luta contra as reformas.

Popularidade de Temer derrete e cresce a rejeição às reformas
Durante a semana da Greve Geral, pesquisas de opinião detectaram um completo derretimento da popularidade do governo e um amplo rechaço às reformas de Temer. Uma das pesquisas (Consultoria Ipsos) detectou que a popularidade de Temer caiu para 4% e que 92% veem país no rumo errado.
Pesquisa do Datafolha após a Greve Geral aponta que 71% dos brasileiros é contra a Reforma Previdência. A rejeição é ainda maior entre as mulheres, os jovens de 25 a 34 anos e os que ganham entre 2 e 5 salários mínimos. Entre os servidores públicos, a Reforma da Previdência é rejeitada por 83%. Estes números e a força da Greve reforçam a total ilegitimidade do governo Temer, dos deputados e senadores em implantar as reformas.
O momento é de dar continuidade a esta luta. As centrais cogitam uma Greve Geral de 48 horas e uma marcha nacional à Brasília. O SINTUFF entende que é necessário debater o tema de novos atos e de uma nova Greve Geral imediatamente com as bases das categorias de trabalhadores.

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