sexta-feira, 12 de maio de 2017

8º CONSINTUFF aprova resolução pela Greve Geral de 48 horas, paralisação dia 24/5 e proporcionalidade nas eleições do sindicato

Fotos: Zulmair Rocha.

O terceiro dia do 8º CONSINTUFF foi de decisões relevantes para a categoria e o sindicato. Pela manhã foi realizada a Plenária Estatuinte, referendada pela Assembleia Estatuinte. As mudanças mais importantes foram a adoção da proporcionalidade entre as chapas nas eleições do SINTUFF e a redução do número de coordenadores do sindicato, a partir da próxima eleição.
A tarde, foram votadas as resoluções políticas. A resolução sobre conjuntura nacional aprovada apontou pontos importantes com a batalha por uma Greve Geral de 48 horas e fortalecer a construção de um terceiro campo político no país em alternativa aos grandes partidos da ordem tais como PMDB, PT e PSDB e às velhas burocracias sindicais da CUT, CTB e Força Sindical. A resolução foi defendida por quatro das cinco teses participantes do Congresso, expressando uma ampla unidade e pluraridade na sua construção.
O 8º CONSINTUFF aprovou a participação do sindicato, com paralisação, na Marcha Nacional a Brasília contra as reformas de Temer, no dia 24, com envio de vários ônibus. Outra decisão importante foi a abertura de um debate sobre filiação a uma central sindical de âmbito nacional e a participação do sindicato como observador nos fóruns da CSP-Conlutas, tendo em vista que esta vem sendo a central sindical com a qual as resoluções políticas do SINTUFF tem encontrado maior afinidade. Diversas resoluções sobre temas como o combate ao assédio moral, a defesa do HUAP, a luta contra a EBSERH e a luta em defesa das condições de trabalho foram aprovadas de forma consensual.

Confira na íntegra a resolução de conjuntura nacional aprovada:

Batalhar por uma greve geral de 48 horas e construir uma alternativa de esquerda

1- A classe trabalhadora nos deu uma imensa demonstração de força ao paralisar o país no dia 28/04, retomando a utilização da Greve Geral como método de luta contra o governo, os patrões e suas instituições capitalistas. O ilegítimo governo de Michel Temer, que impõe uma agenda neoliberal das classes dominantes sobre os segmentos oprimidos e explorados, foi rejeitado nas ruas e nos piquetes de norte a sul do país, numa das maiores greves da história do movimento operário brasileiro. Rejeitamos a reforma da previdência, trabalhista, a terceirização, num contexto de arrocho salarial, milhões de desempregados e péssimas condições de trabalho. Visivelmente há disposição de luta para garantir uma vitória dos trabalhadores. É preciso enfrentar também o avanço de medidas conservadoras que ameaçam a vida das mulheres, negros e LGBTs, impondo uma agenda fundamentalista de retrocessos.
Por isso é necessário continuar a mobilização até derrotar as contrarreformas e derrubar o governo Temer e os corruptos do congresso nacional.  Impõe-se a batalha pela construção de uma nova greve geral de 48h imediatamente, na base das categorias. Avaliamos como positivas as propostas de realização de uma nova greve geral feitas pelo FONASEFE e FASUBRA. A unidade na luta da classe trabalhadora, da juventude e setores populares é fundamental para essa tarefa. Proposta que levaremos nas reuniões das Centrais, MUSPE, Fórum de Lutas e outros espaços. No plano imediato, o SINTUFF constrói o “ocupa Brasília”, chamado pelas Centrais, colaborando com uma gigantesca caravana no dia 24/05.

2-A crise política aberta a partir das delações premiadas de executivos das grandes empresas demonstraram as relações parasitárias entre o empresariado e os grandes partidos da ordem. Mostraram que as trocas de favores, financiamento de campanha e a pauta do congresso estiveram intimamente ligadas, deixando claro o conflito entre os interesses da população e aqueles exigidos pelos empreiteiros e defendidos pelos seus parlamentares. As delações da Odebrecht, são mais uma confirmação, que os três maiores partidos da nação (PMDB, PT e PSDB) estão comprometidos com os mecanismos corruptos de administração dessa democracia burguesa no Brasil.

3- Há uma gigantesca disposição de luta e uma forte crise no governo e parlamento, mesmo assim, Temer consegue aprovar medidas como a terceirização e reforma trabalhista na câmara. Isso está diretamente vinculado à necessidade de superarmos as velhas burocracias sindicais hegemônicas no movimento de trabalhadores Brasileiros, que se expressa por exemplo, no apassivamento das maiores centrais sindicais. De um lado a Forca sindical, do corrupto Paulinho, da base aliada de Temer, buscando barganhar o imposto sindical. Do outro a CUT e CTB, do campo do PT e PCdoB, que priorizam  salvar Lula e levar a indignação para a campanha eleitoral de 2018, em detrimento da luta contra a aprovação da Lei de terceirizações irrestrita e a reforma trabalhista, aprovada enquanto esses setores vacilaram na convocação de uma greve geral no país.  Foi preciso uma forte pressão da base, contra as burocracias sindicais para forçar a contrução unitária da greve geral do dia 28. E após o dia 28 de abril, não há nenhuma previsão de nova greve. Foi convocada apenas uma marcha nacional para o final do mês, o que é insuficiente pois o governo e congresso avançam com as votações da reforma da previdência.

4- Além da estratégia de continuidade da luta como uma eixo permanente, devemos reafirmar nosso compromisso com a construção de uma verdadeira alternativa de esquerda. Um terceiro campo para disputar uma saída política independente, combatendo Temer, o PMDB, PSDB, sem confiar na burocracia sindical e na política de conciliação de classes de Lula, do PT e PCdoB, nem deixar o espaço para outras saídas conservadoras como Bolsonaro, o PSDB de Doria, figuras da Globo como Luciano Huck ou mesmo depositar confiança em figuras como o juiz Sergio Moro. Devemos confiar apenas em nossas próprias forças e nossa mobilização. Por isso precisamos construir uma unidade da classe trabalhadora, reunindo movimentos sociais, partidos e organizações, comprometidas com as bandeiras classistas e a independência de classe. Assim, precisamos construir uma alternativa de esquerda e combativa. Um terceiro campo com base num programa radical que inclua a anulação de todas as contrarreformas que foram aprovadas, medidas contra o arrocho salarial e o desemprego, bem como a efetivação da suspensão do pagamento da dívida e punição de todos os corruptos e corruptores com o confisco dos bens, dentre outras medidas.

5 – Seguiremos apoiando a mais ampla unidade de todos os que queiram lutar, na construção de calendários, comitês e fóruns unitários, conforme fizemos nas jornadas de março na greve geral e no piquete das barcas. Ao mesmo tempo colocaremos nossas energias para a atuação unitária do sindicalismo classista e a construção dessa alternativa, reafirmando nossa independência de classe.

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