segunda-feira, 3 de julho de 2017

Atos da Greve Geral superam o boicote das maiores centrais e mantém luta contra Temer e as reformas

Fotos: Zulmair Rocha
O dia 30 de junho foi marcado por fortes protestos em diversos estados. Várias categorias pararam, destacando-se bancários, petroleiros, servidores públicos e educação. Rodoviários pararam Brasília, Belém, Porto Alegre e Salvador. Atos de rua nas principais capitais demonstraram que existe disposição de luta na classe trabalhadora. As manifestações, com boa participação, foram a continuidade da jornadas de luta do mês de março, da Greve Geral de abril e do Ocupa Brasília.
É importante destacar esta disposição, porque a luta se manteve apesar da movimentação das centrais sindicais majoritárias. Em reunião informal (14/6), a CUT e a CTB decidiram transformar a greve em “junho de lutas”. A Força Sindical já estava negociando o imposto sindical. Posteriormente, em 23/6, as centrais desmontaram a greve geral. A convocação sequer chamava Fora Temer!
Esta política confundiu a base de muitas categorias onde não foram marcadas assembleias, ou aconteceram um dia antes da greve. Não houve preparação e a divulgação da data e da greve geral foi confusa. Este desmonte responde a política de acordão que vem sendo implementado entre PMDB, PT, PSDB, com o objetivo de salvar os corruptos, estabilizar o regime político corrupto em vigor no país e preparar o terreno para o processo eleitoral, sem mobilizações e greves. Temer, Aécio, Lula e Paulinho querem sair impunes. Em recente declaração, Lula defendeu Temer: “Se o procurador-geral da República tem uma denúncia contra o presidente da República, ele primeiro precisa provar”. O PT e as direções da CUT/CTB querem que Temer fique até 2018, enquanto preparam a campanha de Lula para a presidência. Não à toa, no chamado das centrais do dia 30/6, o Fora Temer desapareceu, palavra de ordem unitária que mobiliza massivamente os trabalhadores e o povo. No acordo,  Lula, Temer e FHC tem um ponto principal em comum: evitar que a classe trabalhadora, através da greve geral, derrube o governo Temer e derrote as reformas.

As bases tem que decidir a continuidade!
A cúpula das centrais terão bastante trabalho para frear a onda de lutas. Há disposição nas bases. Diversas categorias pararam no dia 30/6 apesar do desmonte de suas direções. A disposição de luta existe porque os trabalhadores não querem tolerar mais o governo corrupto de Temer e muito menos suas reformas.
As maiores centrais não querem outra greve geral, que seria o caminho para derrubar o governo. Para garantir a continuidade da luta, os trabalhadores dos sindicatos da Força Sindical e UGT devem exigir que seus dirigentes abandonem as negociações com o Ministro do Trabalho.  Os trabalhadores dos sindicatos da CUT e CTB devem exigir que a direção abandone o acordão que salva os corruptos. É preciso que seja convocada uma Plenária Nacional de Sindicatos para discutir a continuidade da luta, realizando assembleias de base democráticas em cada local de trabalho para garantir a continuidade.

É preciso construir um bloco combativo e classista
Sindicatos e entidades se movimentaram em defesa da greve geral se contrapondo a política da cúpula das centrais. No dia 19 de junho no SEPE (Sindicato da Educação do RJ) se organizou uma plenária unitária. A reunião conseguiu garantir o protesto da Candelária, no dia 30/6, e a unidade de ação com sindicatos e ativistas que defendiam a manutenção da Greve Geral. O SINTUFF foi parte dessa iniciativa. Este exemplo precisa ser nacionalizado e a CSP-CONLUTAS tem todas as condições para cumprir esta tarefa.

O ato no Rio de Janeiro
Apesar do visível boicote das principais centrais sindicais, no Rio de Janeiro, cerca de 20 mil ocuparam a Presidente Vargas para derrotar Temer e as reformas. O SINTUFF mais uma vez marcou presença. Ficou nítido que as plenárias realizadas no SEPE e no SINDPETRO, com a presença da CSP-CONLUTAS, foram decisivas para garantir que o ato ocorresse e tivesse força. O ato foi uma demonstração de força e resistência
ao desmonte protagonizado pelas maiores centrais, como CUT, CTB e Força Sindical.


Nenhum comentário: