terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ocupação da UNIR em Rondônia força renúncia do reitor acusado de corrupção


Depois de mais de dois meses de histórica greve e exatos 50 dias de ocupação da Reitoria, os professores e estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) receberam a notícia da renúncia do reitor José Januário de Oliveira Amaral no dia 23/11.
Foi uma importante vitória dos estudantes, professores, funcionários e pais de alunos, na luta em defesa de uma universidade pública, democrática e autônoma.
Foram meses de denúncias sobre as precárias condições da UNIR: falta de professores e infraestrutura, déficit de 490 técnico-administrativos no quadro de pessoal, entre outras demandas. Um laudo do Corpo de Bombeiros ainda aponta a quase inexistência de sistemas de combate a incêndio e pânico, as saídas de emergência estão trancadas, falta água na tubulação e mangueiras dos sistemas de hidrantes, extintores com a data de validade vencida, faltam de sistemas de sinalização, alarme e iluminação de emergência.
A administração de Januário é alvo de investigação de uma comissão do Ministério da Educação após diversas e graves denúncias de irregularidades, incluindo o desvio de recursos que envolvem a Fundação Rio Madeira (RIOMAR). Entre as denúncias feitas por estudantes e professores, contidas em um dossiê enviado a Brasília, estão o mau uso de verbas públicas e fraude em concurso.
Os professores e estudantes em greve demonstraram grande combatividade nas semanas de luta contra o sucateamento da UNIR e contra o autoritarismo de Januário, que chegou a chamar os estudantes que ocupavam reitoria de “bandidos” “dignos de Urso Branco” (um presídio de Rondônia, um dos piores do Brasil).
Por todo o país, entidades estudantis fizeram campanhas de solidariedade e enviaram notas de apoio à ocupação na UNIR, que teve início no dia 5/10. Estudantes da USP, que atualmente travam vigorosa luta contra a presença da PM no campus, também enviaram seu apoio. As irregularidades da reitoria e a greve foram matéria na última edição do programa Fantástico, da Rede Globo.

Um comentário:

Rogério Araújo disse...

Investigação já! MP, CGU, MEC e PF em todas as universidades federais que têm Fundações de apoio para desvio de verbas de projetos, como colocou o promotor Pedro Abi-Eçab. Essas fundações funcionam com gestores que são os braços políticos dos reitores. Verdadeiras caixas-pretas que promovem uma farra de enriquecimento ilícito daqueles apoiadores da politicagem e se locupletam através das fundações. Ganham duas vezes: da matrícula siape e projetos, para desempenho das funções. Corrupção pura!



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